São Paulo passa o Paraná e se torna pedágio mais caro do mundo após reajuste de Alckmin
Viajar de automóvel pelo estado está 8,5% mais caro nos pedágios de rodovias que cortam região metropolitana; na Anchieta/Imigrante valor se aproxima de R$ 23
Por Redação
Transitar de carro, caminhões ou ônibus pela região metropolitana de São Paulo e seus principais acessos vai ficar mais caro esta semana, com o aumento da tarifa de pedágio em até 8,47% a partir de quarta-feira (1º de julho) nos trechos Oeste e Sul do Rodoanel, rodovias Dom Pedro 1º, Raposo Tavares, Marechal Rondon Oeste e Leste, e Ayrton Senna/Carvalho Pinto.
São Paulo detém o pedágio mais caro do país no Sistema Anchieta/Imigrantes, onde o valor passará de R$ 22 para R$ 22,90.
O reajuste foi anunciado pela agência reguladora estadual (Artesp) e representa o repasse integral da inflação oficial acumulada entre junho do ano passado e maio de 2015, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os novos preços valem para 143 praças de pedágios distribuídas em um total de 6,5 mil quilômetros (km) de estradas de todo o estado. Mas, nas demais, o aumento será menor (4,11%), por ser vinculado a outro indicador, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M).
São elas: Autoban (Anhanguera-Bandeirantes), Tebe (SP-326, SP-351, SP-323), Vianorte (SP-325, Anel Viário de Ribeirão Preto), Intervias (Laércio Côrte), Centrovias (Washington Luís), Triângulo do Sol (SP-333, SP-310 e SP-326), Autovias (Antônio Machado SantAnna), Renovias (SP-215, SP-340), ViaOeste (Castelo Branco), Colinas (SP-075 e SP-127), SPVias (Francisco Alves Negrão) e Ecovias (Anchieta/ Imigrantes).
Queda federal – Em nível federal, os últimos leilões de trechos de rodovias do Programa de Investimentos em Logística (PIL), como o da Ponte Rio-Niterói, em março, registram queda acentuada no valor médio do pedágio, de R$ 10,40 no período Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) para R$ 3,50, no governo Dilma Rousseff (2011-2014).
A comparação revela custo quase 67% menor nos pedágios federais recém autorizados ou um terço do que era 13 atrás. Um viajante que gastasse naquele período R$ 2 mil mensais em pedágios, gastaria hoje cerca de R$ 660,00, economia de R$ 1.340,00 ao mês, valor suficiente para comprar um carro popular novo a cada 20 meses.
RESISTÊNCIA EM SP
Organizados e com apoio popular, jovens dão lição de democracia em escolas ocupadas
“Está sendo um grande aprendizado de política e convivência”, diz aluna. São 48 escolas ocupadas contra projeto do governo Geraldo Alckmin, que prevê fechar ao menos 93 colégios estaduais
por Sarah Fernandes, da RBA publicado 18/11/2015 19:57, última modificação 19/11/2015 10:37
São Paulo – Eram só 10h, mas os alunos da Escola Estadual Ana Rosa Araújo, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, já tinham realizado muitas atividades. E não estamos falando da resolução de problemas de matemática ou de interpretação de textos. Os jovens já haviam limpado a escola, cozinhado, recebido os pais e realizado uma assembleia para definir os rumos da ocupação do colégio, iniciada na última sexta-feira (13), em protesto contra o fechamento de pelo menos 93 instituições de ensino anunciado pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). Até o fim da tarde de hoje (18) eram 48 escolas ocupadas no estado contra a medida, que faz parte do projeto de “reorganização” da educação paulista.
“Nós realizamos uma assembleia aqui em frente à escola às 5 horas da sexta-feira, antes do início das aulas, e concordamos que ocupar era nossa única alternativa de conseguir permanecer aqui. Foi o que fizemos”, conta o estudante do primeiro ano do ensino médio na escola José Vinicius Soares. A partir do ano que vem, sua escola passará a oferecer apenas o fundamental II e ele e os amigos terão de migrar para a escola Adolfo Gordo Senador. A transferência será automática, por um sistema informatizado. Os alunos são apenas notificados da mudança.
Desde que ocuparam as escolas, eles se dividiram em comissões, que são responsáveis pela limpeza do local, pelo preparo da comida, pelo contato com a imprensa, pelo controle dos portões e pela organização de atividades culturais. “Já fizemos sessões de cinema ao ar livre, shows, teatros, saraus e leituras de poesias. Esta escola nunca teve tanta vida cultural como agora”, conta José Vinicius, que se mantém em contato com os estudantes de outras ocupações pelas redes sociais, em especial o Facebook e o Whatsapp.
“Está sendo um grande aprendizado de política, democracia e convivência. Conheci várias pessoas que estudam na mesma escola que eu há anos, mas que eu nunca tinha visto. Nós não vamos desocupar. Vamos resistir até que essa proposta seja revista. Precisamos sim de uma reorganização, mas que ela seja discutida com a comunidade escolar e não imposta”, conta a estudante Marissol Dias, também do primeiro ano do ensino médio, sentada atrás de um cartaz feito pelos estudantes, que dizia: “Ordem e progresso é coisa de fascista. Quero liberdade, igualdade e justiça”.
A conversa foi interrompida por uma moradora do bairro, que rapidamente encostou o carro na porta da escola, abriu o vidro e chamou os estudantes: “Do que vocês estão precisando?” “De produtos de limpeza”, responderam os jovens. “Eu vou trazer para vocês”. Ela não é a única: vizinhos, professores e ex-alunos vão com frequência ao colégio levar doações. Os pais são bem-vindos. “Queremos que eles entrem e vejam que não estamos fazendo bagunça aqui. A grande maioria dos pais nos apoia e nos incentiva a resistir. Eles também não querem que tenhamos de mudar de escola”, conta José Vinicius.
“Fico muito satisfeito de ver meus alunos desempenhando sua autonomia, que é exatamente a proposta da educação estadual. É muito hipócrita que agora que os alunos estão mostrando o que aprenderam o governo se negue a dialogar”, lamenta o professor de História do colégio Luís Mendes. “Nós estamos apoiando os alunos, que estão lutando por um direito legítimo. E essa reorganização nos afeta também. Os professores de Sociologia e Filosofia desta escola, que só lecionam para o ensino médio, ainda não sabem o que vai acontecer com eles.”
Há pouco mais de cinco quilômetros dali, outro grupo de estudantes permanece ocupando a escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste da capital. A instituição foi uma das primeiras a iniciar o movimento e, como resposta, foi sitiada pela Polícia Militar durante a toda semana passada, até que, na noite de sexta-feira (13), o juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 5ª Vara da Fazenda Pública, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, suspendeu a reintegração de posse do prédio, que ele mesmo havia determinado horas antes, e estendeu a decisão para todas as escolas da capital paulista, acatando um recurso impetrado pelos advogados do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp), da Defensoria Pública e do Ministério Público.
“Estamos realizando saraus, que ocorrem ali na escadaria do pátio da escola. Todos podem participar. Inclusive, o (Eduardo) Suplicy (secretário de Direitos Humanos da prefeitura de São Paulo) esteve aqui e participou cantando uma música dos Racionais”, conta uma das estudantes que integra a comissão de comunicação com a imprensa. Os grupos de trabalho se revezam e são organizados pelos próprios estudantes. Tudo é definido em assembleia.
Desde que a Polícia Militar liberou os portões, a passagem é livre para os alunos da escola. As pessoas sem relação direta com a instituição de ensino, mas que querem conhecer a ocupação, devem procurar os alunos, que estão organizando visitas monitoradas. Por decisão do grupo, profissionais de imprensa não podem entrar no prédio.
Desde ontem circula nas redes sociais uma lista de sete formas de apoiar as ocupações das escolas, que incluem ajuda na produção do material gráfico, comunicação por telefone e doação de alimentos e produtos de higiene. No portão da Fernão Dias, há um cartaz dizendo que a escola José Lins do Rego, na Estrada do M’boi Mirim, é no momento a que mais precisa de doações. “Nosso colégio ficou muito em evidência e por isso recebemos muitas doações. Estamos agora fazendo uma campanha de levantamento de verba para conseguir mandar parte das coisas para outras escolas que precisam mais”, conta a porta-voz dos alunos, em frente a uma estátua do bandeirante Fernão Dias, que decora o pátio do colégio, e que foi encapuzada pelos alunos.
“Nós temos um ensino bancário que perpetua as desigualdades, mas esses jovens estão lutando pelo direito de poder conviver. Estão indo contra este modelo. Esta foi a aula mais importante que eles tiveram no ano: a aula de desobedecer, de enfrentar o poder, de questionar e de descobrir a força que tem”, afirmou o padre Júlio Lancellotti, conhecido pela atuação em defesa dos direitos humanos, dos pobres e dos moradores de rua. Na última semana, ele esteve na ocupação do Fernão Dias, em solidariedade aos estudantes.
O governo Alckmin justificou o fechamento das escolas dizendo que vai reunir apenas alunos do mesmo ciclo – fundamental I e II e médio – nas instituições de ensino e com isso melhorar a qualidade da educação. Professores e estudantes temem que as mudanças levem à superlotação de salas, demissão de docentes e à redução de salário decorrente da redução de jornada. Além disso, a Apeoesp acredita que o número de escolas a serem fechadas será muito maior.
Na escola recém-ocupada Godofredo Furtado, também em Pinheiros, os alunos começavam a organizar as primeiras doações, enquanto aguardavam a saída da diretora que, ao contrário de professores e funcionários, negou-se a deixar o prédio até o fim do seu expediente, que terminou às 19h de ontem (17). “Está tudo assim, em cima das mesas, porque ela não quer nos entregar as chaves da cozinha, nem do banheiro que tem chuveiro. Mas isso não vai nos fazer voltar atrás. A nossa escola está ocupada, isso já é uma realidade. Só saímos quando o governo rever sua decisão”, diz uma jovem, que preferiu não se identificar.
Pelo projeto do governo, no próximo ano, a escola deixará de ter ensino médio e todos os alunos dessa etapa do ensino irão migrar para a Fernão Dias. “Nós temos medo da superlotação. As salas de aula já estão cheias. Como vão colocar mais gente ainda?”, questiona um aluno que integra a comissão de limpeza da ocupação, enquanto limpava uma mesa.
No prédio funciona também uma Escola Técnica Estadual (Etec). Funcionários do Centro Paula Souza, que administra esse tipo de instituição de ensino, foram ao local recolher os computadores, por “questões de segurança”. Enquanto isso, uma senhora entregava aos alunos uma sacola cheia de produtos de higiene: “Obrigada, meninos! Vocês estão dando uma lição para todos nós”, disse.
O corrupto, cínico e incompetente governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, está fechando escolas públicas estaduais nas periferias das grandes cidades. Os alunos, revoltados, invadiram as mesmas esperando que reabram. Aí, a Folha de São Paulo, para defender seu grande patrocinador, saiu com a manchete ''engana trouxas''. Jornalismo mais calhorda e manipulador, impossível.
Enorme vitória dos estudantes, pais e professores: Alckmin recua do fechamento e “reorganização” de escolas!
A luta organizada principalmente pelos estudantes, que ocuparam 67 escolas em todo o estado de São Paulo contra o fechamento das mesmas, alcançou uma vitória memorável! O governo autoritário de Geraldo Alckmin, depois de ter feito de tudo para derrotar o movimento, usando da Polícia Militar a pedidos na justiça de reintegração de posse, foi obrigado a recuar. A comunidade se fez ouvir com luta! A “reorganização”, caso levada adiante, iria causar enormes problemas e mais sucateamento, com superlotação de salas e demissão de professores.
Dessa vez, a participação dos alunos, pais e professores se fez prevalecer! Fica claro para todos que somente a luta muda a vida. Essa experiência foi fundamental para impedir mais um ataque à educação. Ainda mais importante, serviu para educar um conjunto de jovens lutadores que não se intimidou e aprendeu pelo caminho mais pedagógico que as nossas vidas são construídas por nós mesmos.
Não podemos, no entanto, baixar a guarda. O governo tucano ainda pode manobrar, mas não permitiremos!
Parabéns aos estudantes que ocuparam as escolas. Parabéns a todos que apoiaram. Nenhum direito a menos, avançaremos nas conquistas!
Ousando lutar, venceremos! A escola é do povo!
A luta organizada principalmente pelos estudantes, que ocuparam 67 escolas em todo o estado de São Paulo contra o fechamento das mesmas, alcançou uma vitória memorável! O governo autoritário de Geraldo Alckmin, depois de ter feito de tudo para derrotar o movimento, usando da Polícia Militar a pedidos na justiça de reintegração de posse, foi obrigado a recuar. A comunidade se fez ouvir com luta! A “reorganização”, caso levada adiante, iria causar enormes problemas e mais sucateamento, com superlotação de salas e demissão de professores.
Dessa vez, a participação dos alunos, pais e professores se fez prevalecer! Fica claro para todos que somente a luta muda a vida. Essa experiência foi fundamental para impedir mais um ataque à educação. Ainda mais importante, serviu para educar um conjunto de jovens lutadores que não se intimidou e aprendeu pelo caminho mais pedagógico que as nossas vidas são construídas por nós mesmos.
Não podemos, no entanto, baixar a guarda. O governo tucano ainda pode manobrar, mas não permitiremos!
Parabéns aos estudantes que ocuparam as escolas. Parabéns a todos que apoiaram. Nenhum direito a menos, avançaremos nas conquistas!
Ousando lutar, venceremos! A escola é do povo!
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