terça-feira, 24 de abril de 2012

Em Defesa dos Ritos Ala petista quer rever decisão do Encontro de Tática Eleitoral, alegando desrespeito a regulamento do partido

 
Wilson Rabelo defende a ampliação do debate em torno da escolha do candidato a vice – FOTO CARLOS ROBERTO
RENATO REIS
renato.reis@jornalatual.com.br
O Encontro de Tática Eleitoral que o diretório municipal do PT em Itaguaí promoveu, definindo a aliança com o PP, o apoio à candidatura do pré-candidato Saulo Farias e a indicação do candidato a vice, pode esbarrar num pedido de impugnação encaminhado ao diretório estadual da legenda. “O PT não é um partido vertical; é horizontal”, condena Wilson Rabelo, criticando o que considera um desrespeito do encontro ao que determina o regulamento do partido. Rabelo critica, por exemplo, o que qualifica como restrição às pretensões dos petistas Paulo Wesley e Goretti Maia, na disputa pela condição de candidatos a vice na chapa. “Não temos nada contra o Saulo. Ele é uma opção”, adianta Rabelo, evidenciando que o imbróglio se resume a uma disputa interna do PT. “A disputa engrandece o partido”, diz ele, rechaçando a hipótese de uma crise interna.
A manifestação contrária de Rabelo é reforçada pela posição do pré-candidato a vereador Marcos Garcia, autor do pedido de impugnação do Encontro de Tática Eleitoral. Ele embasa o pedido no fato de a executiva municipal ter negligenciado pelo menos três artigos do regulamento elaborado pelo diretório nacional da legenda.  De acordo com Marcos Garcia, não foi respeitado o horário de votação, que foi das 10h às 14h, enquanto o regulamento determinada um intervalo entre 9h e 17h. Ele argumenta ainda que a votação foi aberta, quando deveria ser secreta. “Parecia uma eleição de assembleia de sindicato”, justifica. Garcia alega também que nos cinco dias após o evento a sede do partido não ficou aberta para receber as pré-inscrições de candidatos, prejudicando ele próprio e nomes como o do próprio Wilson Rabelo. Por fim, ele vê irregularidade ainda no fato de o nome do pastor Aramis Brito não constar entre as opções disponíveis para a aliança, já que, segundo o regulamento do PT, deveriam ser avaliados todos os nomes de postulantes de partidos que integram a base aliada do Governo Federal.
Campos políticos em rota de colisão
Mais de dois antes de serem realizadas, as eleições de 2014 já influenciam as movimentações relativas à sucessão municipal em Itaguaí. A contenda relacionada ao Encontro de Tática Eleitoral tem como pano de fundo a briga pela hegemonia sobre o partido deflagrada pelos campos políticos ao qual pertencem o senador Lindberg Farias, de um lado, e a deputada Benedita da Silva, de outro. “Foi muito custoso para o partido elaborar um documento, que vai sendo desrespeitado sem que haja uma vigilância”, critica Rabelo.
É possível perceber que na visão da Garcia e Rabelo, o grande favorecido com a decisão tomada pelo diretório municipal é o bancário Wesley Pereira, que, segundo eles, tem a escolha do nome endossada pelo vereador Abelardinho. “Isso depende do partido e, não, da vontade dele, porque ele não é membro”, lembra Rabelo. “Ele defendeu posições como se membro do partido fosse”, concorda Garcia.


2 comentários:

  1. Este episódio me faz lembrar as eleições de 2004, quando o PSDB, numa negociação muito suspeita, apoiou o PT com ofertas de cargos e secretarias.

    Num momento o PT era contra, no outro era à favor.
    Lembram como foi decidido isso?

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  2. Em 2008 o PT esteve junto com o PMDB. Eles venceram, e nós como ficamos?

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