Sonegação atinge R$ 1,46 trilhão; 1% dos devedores concentra 2/3 do total
Pressionado
para cortar gastos e gerar superávit para pagar juros, o governo
federal poderia cobrir o rombo no orçamento se recebesse apenas
parte do que é sonegado por diversas empresas brasileiras. Ao todo,
a União tem a receber R$ 1,46 trilhão (cálculo feito até julho)
em dívidas. Até o final de 2015, esse valor deve chegar a R$ 1,54
trilhão. Os dados são da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e
da revista Carta Capital. Lembrando que o orçamento da União para
2016 prevê um déficit de 30 bilhões. Ou seja, uma fração disso
cobriria, com sobras, o déficit previsto.
Os
setores que mais devem à União são bancos, mineradoras e de
energia elétrica. Destes, 90% são grandes empresas. Mais que isso:
dois terços dos valores devidos à da União estão concentrados em
1% dos devedores. Os maiores devedores são a indústria (R$ 236,5
bilhões), o comércio (163,5 bilhões) e o sistema financeiro (R$
89,3 bilhões). Também devem à União empresas de mídia (R$ 10,8
bilhões), educação (R$ 10,5 bilhões) e extrativismo (R$ 44,1
bilhões).
Os
devedores deixam seus nomes serem inscritos na Dívida Ativa da
União e só pagam quando obrigados por decisão judicial. Isso
porque, atualmente, é cada vez mais comum que grandes empresas
recorram ao chamado “planejamento tributário”. A partir dele, a
empresa avalia se é mais vantajoso ficar devendo e, no futuro,
aceitar alguma renegociação para a quitação de dívida ou pagar
o valor devido corrigido. A vantagem é que a correção, por mais
dolorosa que seja, não se compara ao valor que a empresa pagaria
caso pegasse um empréstimo no sistema financeiro.
A
Dívida Ativa da União é composta por R$ 1,014 trilhão em dívida
tributária, R$ 313 bilhões previdenciária e 94,2 bilhões não
tributária. Os maiores devedores (65% deles) estão concentrados em
São Paulo (R$ 339,9 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 158,7 bilhões).
http://www.portalabcf.com.br/2015/09/sonegacao-atinge-r-146-trilhao-1-dos.html
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