domingo, 13 de dezembro de 2015

Jorge Picciani: 'Me surpreende ver o vice tramando contra a presidente' Presidente da Alerj defende a candidatura de Pedro Paulo à sucessão de Paes e bate duro no secretário Carlos Osório


A
ZIZ FILHO E EUGÊNIA LOPES
Rio - De cabo eleitoral de Aécio Neves a um dos principais líderes no PMDB contra o impeachment de Dilma Rousseff. É embalado neste novo papel que o presidente da Alerj, Jorge Picciani, entra em guerra contra o vice Michel Temer, a quem acusa de “tramar um golpe” contra a presidente. Na primeira batalha, ele saiu derrotado com a destituição do filho Leonardo da liderança do PMDB na Câmara. Mas nada parece abalar o patriarca. Aos 60, casado com Hortência, de 27 anos, e pai de Artur, 4, o patriarca defende a candidatura do deputado Pedro Paulo à sucessão de Eduardo Paes e bate duro no secretário estadual de Transportes, Carlos Osório, nome alternativo do PMDB, por não ter “qualificação” ou “conteúdo”. Mas a presidente Dilma ele hoje elogia: “Querem cassar a mulher pelas virtudes.”

Jorge Picciani, deputado estadual
Foto: Bruno de Lima / Agência O Dia

O DIA: O senhor ficou surpreso com a carta do Temer para a Dilma?
PICCIANI: O que me surpreende na carta é ver um vice tramando contra a presidente da República. O fato novo é que o vice escreve uma carta, que se resume ao primeiro parágrafo, quando ele diz que é um vice decorativo, sem nenhum prestígio. Querer dizer que ficou magoado porque ficou quatro anos como decorativo; então tivesse saído. Não tivesse voltado como voltou para continuar como vice decorativo. Ele levou cinco anos para fazer esse desabafo. É surpreendente! Acredito que é muito mais a ambição de ser presidente por três anos. O que é legítimo também. Agora, tem que falar a verdade. Tem que fazer as coisas de frente.
Há base para o pedido de impeachment da presidente?
Até agora não enxergo nenhum fato que possa ser colocado como crime de responsabilidade. Esse pedido de impeachment se baseia no parecer do Tribunal de Contas, que ainda precisa ser examinado pela comissão permanente de Orçamento do Congresso Nacional, onde se estabelecerá o contraditório e a ampla defesa da presidente. Outro argumento que já foi usado pelo vice é que ninguém se sustenta com 10% de popularidade. Isso é frágil. Isso levaria hoje a tirar praticamente todos os governadores e mais 4,5 mil prefeitos. A eleição tem data certa. Prefiro ficar com o regime democrático: depois que o povo se pronuncia, a gente respeita o resultado.
Não é previsível o Temer ser picado pela mosca azul diante da perspectiva de três anos no poder?
É natural. Não faço juízo de valor da decisão dele. Faço juízo de valor da nossa posição. Nós estamos muito à vontade, com a legitimidade de quem não era ardoroso defensor da aliança com o PT. Ele (Temer) quis ser vice da Dilma. Nossa posição era contrária. Compreendemos a alma humana. Mas esse pedido de impeachment é uma coisa que consideramos sem nenhuma base política, se assemelhando a um golpe. Nós estamos fora disso. Não contarão conosco.
Na carta, o Temer se queixa especificamente de seu filho Leonardo Picciani por ter indicado dois novos ministros na reforma ministerial.
Isso é uma tolice tão grande que não merece resposta. O Temer está tramando o golpe não é de hoje. Não vejo envolvimento pessoal da presidente em ato de desonestidade. Verifico que a presidente não interfere nas investigações. Ela permite que flua normalmente as ações. É disso que têm reclamado os adversários dela, sobretudo o presidente da Câmara. A presidente tem colocado a Polícia Federal investigando. O Lula reclama, o outro reclama, mas é política de estado, política de governo. Querem cassar a mulher pelas virtudes.
O seu filho perdeu a liderança da bancada do PMDB na Câmara.
O vice-presidente diz que não vai se meter no impeachment e se mete, coordenando isso do Palácio do Jaburu. Ele diz que não se mete na bancada, mas comandou diretamente, junto com Eduardo Cunha, a maioria pró-Leonardo Quintão. É legítimo. Tanto é que o Leonardo respeitou a livre expressão da maioria. A quem ganhou, cabe liderar. Não há choradeira da nossa parte. Mas não vamos participar do golpe. Nós perdemos a liderança por sermos contra o impeachment. Portanto, seguiremos na condução contra o impeachment.
Mas o senhor está tentando reverter esse quadro, com a filiação de deputados ao PMDB contrários ao impeachment da Dilma e, consequentemente, favoráveis à recondução de seu filho na liderança do partido.
A verdade é a seguinte: a guerra é contra a gente porque a gente não entrou no jogo do impeachment. Eles resgataram dentro do PMDB um processo que já não existia, que é a assinatura por lista. Então, se amanhã ou depois outro candidato tiver uma lista com o maior número, retoma a liderança.
Tem uma porção de gente que diz que não pode ter rabo preso. Eu apreendi com o Brizola que não pode ter rabo. Eu não tenho rabo. Por isso, tomo as posições que tomoJorge Picciani, deputado estadual
Seu filho vai conseguir retomar a liderança antes do recesso, previsto para começar no dia 22 de dezembro?
É muito melhor deixar o Leonardo Quintão como líder. É preciso que se conheça um pouco melhor o Leonardo Quintão, que é o candidato do Temer e do Eduardo Cunha. Já viu alguém que tem R$ 2,6 milhões em dinheiro, em casa? Pois ele tem e está na declaração de bens do TSE. Me diz com quem andas, que eu te direi quem és. É só ver o líder que eles foram buscar.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, alertou que Eduardo Cunha poderá acabar preso, caso continue a fazer manobras para impedir a votação de seu processo de cassação. O senhor concorda com o Renan?
Não quero falar dessa questão do Eduardo Cunha. Vamos aguardar. Ele veio para o PMDB com o Garotinho. Nós o recepcionamos. A ascensão dele no PMDB se deu pela capacidade de trabalho e pela proximidade com o Henrique Eduardo Alves. Ele nunca teve aqui o apoio do Cabral (ex-governador Sérgio Cabral), meu, apesar de eu me dar bem com ele.
Nessa briga, pode acabar sobrando para o senhor. O senhor não teme que voltem a fazer acusações, como a de que o senhor é um homem rico?
Não tenho nenhuma dificuldade nisso. Minha empresa tem 31 anos. Ao longo desses últimos 15 anos, o Brasil teve crescimento. É fácil fazer denúncia contra mim porque eu não tenho bens ocultos. O que eu tenho é público. Se eu tivesse medo, eu não tomava as posições que eu tomo. Apreendi com o Brizola o seguinte: tem uma porção de gente que diz que não pode ter rabo preso. Eu apreendi com o Brizola que não pode ter rabo. Eu não tenho rabo. Por isso, tomo as posições que tomo.
O PMDB vai manter a candidatura à prefeitura do secretário Pedro Paulo, mesmo depois dele ser acusado de violência doméstica?
Vai. É melhor o julgamento popular. Ele tem muitas qualidades; é muito preparado. Essa questão cabe a ele responder. Ele que conhece as circunstâncias. Estamos habituados a enfrentar adversidades. Não vão nos dar moleza. Era muito mais difícil para nós vencer as eleições com o Pezão, que era desconhecido e depois do desgaste público sofrido pelo Cabral, do que agora com a avaliação e a capacidade que o governo do município tem de mostrar as coisas que fez. O Pedro Paulo tem qualificação, vamos trabalhar para tentar viabilizá-lo.
O secretário de Transporte, Carlos Osório, é um bom nome para substituir Pedro Paulo?
Eu não acho. Não vejo qualificação para ele ser o candidato. Ele tem pouco conteúdo. Acho que sustenta uma conversa de três minutos em entrevista, mas não sustenta … Já observou o Osório? A situação brasileira é muito grave, o Estado do Rio de Janeiro vive uma situação delicada, de extrema penúria. A situação se agrava a cada dia. E o Osório diz: estou fazendo o metrô, vou reformar o BRT. Não tem uma prata, não tem uma fonte de recursos. O estado não está pagando as contas, não tem recurso. Como você vai sair prometendo, fazendo promessas, gerando uma expectativa? Fica parecendo uma falsidade do governador dizer que não tem dinheiro para aumentar o funcionalismo, que tem que atrasar o salário. Então, vê que não é sério lidar com gente assim.


http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2015-12-12/jorge-picciani-me-surpreende-ver-o-vice-tramando-contra-a-presidente.html


Mini-festação fracassa e vira piada no twitter: a suruba de Frota e o golpe na escada rolante

por Rodrigo Vianna
O novo AI-5, puxado pelo PSDB e a turma de Eduardo Cunha, não deu certo. Se FHC queria multidões nas ruas pelo golpe, vai ter que mandar buscar na Ucrânia…
Mas as marchas dos gatos pingados geraram um festival de respostas bem-humoradas.
13 de dezembro de 2015 foi o dia em que o pato dos tucanos virou mico. O zoológico do golpe vai fechar por falta de povo.



Foto: Lina Marinelli/Jornalistas Livres
Foto: Lina Marinelli/Jornalistas Livres

Um pato a favor do impeachment: coxinhas desmoralizam até o golpismo
Um pato a favor do impeachment: coxinhas desmoralizam até o golpismo
Um pato a favor do impeachment: coxinhas desmoralizam até o golpismo
A seguir, uma seleção do que rolou na rede, enquanto a turma apoiada pelo PSDB pedia “intervenção militar” e “morte aos petistas” na avenida Paulista…
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1) O segurança — constrangido
“O cidadão de bem não para o trânsito. O cidadão de bem protesta dentro do shopping” (por @malvados)




2) Reveillon do golpe
“O @MBLivre anunciou nova manifestação para o próximo dia 31 de dezembro às 23HS em Copacabana. Todos de branco pelo Impeachment” (por @egirao)
3) A mini-festação do PSDB
“@zehdeabreu inventaram o novo tipo de protesto: a mini-festação” (por @henriquesguida)




Em Brasilia….
4) Globo desagrada até golpista
“Globo News interrompeu transmissão ao vivo com os manifestantes gritando — Ei, Globo, vai tomar no c…” (por @adrianosribeiro)
5) Suruba do golpe
“Bolsonaro, pato Inflável, Alexandre Frota: isso é ato político ou gravação de alguma pornochanchada” (por @analepse)




6) À sombra do AI-5
“No Rio, manifestantes que apoiam o impeachment tentam se esconder debaixo de árvore para não passarem vergonha” (por @dilmabr/Dilma Bolada)




7) BH abandona o golpe de Aécio
“Em BH, já são 350 gatos pingados. Se o impeachment fracassar, prometem se refugiar na base aérea de Cláudio” (por @rvianna)








Nunca deveria ter saído da rota, as concessões para a direita só alimentaram a sanha dos golpistas que se valeram das frustrações dos nossos eleitores por terem ido as urnas eleger um programa de esquerda e verem o governo o fazendo em parte o ajuste que o nosso opositor faria. O governo pelo governo em si não merece a generosidade da mobilização dos movimentos sociais, sindicais, estudantes, por defenderem o mandato da presidenta Dilma. Mas o que está em jogo é a democracia, não é aceitável o golpe, e a alternativa de poder que se apresenta é muito pior do que esse governo. Um golpe orquestrado pelo PSDB e Eduardo Cunha, Michel Temer conversou com os empresários que governaria para eles, mas até agora não sentou com um movimento social, com um sindicato, não dialogou uma letra com o povo as explicações que justifique a sua guinada golpista. Dilma vai sair dessa arapuca golpista porque as ruas não vão deixar ocorrer o golpe não porque gostam do governo, mas sim porque se o golpe se concretizar, a democracia será ferida de morte no país. Dilma saindo dessa, terá que seguir a agenda eleita pelo povo em 2014, que é uma inflexão a esquerda!


Saída de pela esquerda O governo prepara o que chama de uma “suave correção de rota” caso a presidente da República sobreviva ao processo de impeachment. Auxiliares asseguram que Dilma Rousseff tenderá, aos poucos, para a esquerda. “Não a esquerda irresponsável e expansionista”, diz um ministro próximo. Há pressão na Esplanada, mas a cobrança maior vem do PT e do ex-presidente Lula, em resposta àqueles que, na hora do aperto, vão para as ruas defender o mandato da petista.
Primeira vítima Mesmo ministros que, até agora, estavam ao lado de Joaquim Levy na defesa de um superavit primário de 0,7% do PIB em 2016 já começam a dizer que a meta estabelecida pelo titular da Fazenda não é “razoável”.
Galileu Eis a explicação: o PIB está “em queda livre”. Não se trata mais de adotar medidas para estimular a atividade –mas sim para estabilizar a economia, pondera um dos aliados de Levy.
Eu sozinho O pedido de impeachment foi aceito há 11 dias e, até o momento, a presidente ainda não conta com um gabinete de crise nos moldes do montado pelo antecessor na época do mensalão.
Muita calma Durante o segundo turno das eleições de 2014, o risco de derrota fez o Estado-Maior petista passar a se reunir regularmente. Agora, com o impeachment em curso, nem mesmo uma reunião entre a presidente e o antecessor foi marcada.
Exílio Lula, a propósito, praticamente não falou com Dilma desde a abertura do processo por Eduardo Cunha.
Pouca prosa Apesar de afastado da pupila, o ex-presidente telefona quase que diariamente para ministros próximos a ele. Dá palpites e reclama da falta de acenos para a base política do PT.
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Agora é sério De tanto ameaçar que deixará a Fazenda, colegas brincam que o ministro Joaquim Levy já mandou plastificar sua carta de demissão e anda com ela no bolso. “Só passa Liquid Paper na data”, atira um gaiato.
Pensando bem 1 Apesar da versão adotada por articuladores do Planalto para justificar a derrota na escolha da comissão do impeachmente –de que o “voto secreto é a tentação do demônio”–, parte do governo tem receio de uma nova eleição aberta.
Pensando bem 2 O temor é que a derrota inicial dê fôlego à oposição e a diferença de votos se amplie, expondo ainda mais a fragilidade da base governista.
Elenco Líderes de oposição começam a elencar nomes para falar na comissão. Augusto Nardes, do TCU, o ex-ministro Guido Mantega e o jurista Hélio Bicudo, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma, são alguns dos mais lembrados.
Pipoca Bicudo, 93, estará em um dos trios elétricos do Vem Pra Rua nos protestos deste domingo em São Paulo. O grupo prepara esquema de segurança para que ele consiga chegar até o caminhão.
Liberado A Polícia Federal usa o parecer da juíza Célia Regina Ody Bernardes para refutar a afirmação dos advogados da família Lula de que informações sobre Luís Cláudio, filho caçula do ex-presidente, foram vazadas à imprensa por servidores.
Deadline Foi a própria magistrada que, em sua decisão, determinou o fim do sigilo tão logo fossem cumpridos os atos de busca e apreensão no escritório de Luís Cláudio.
Voo solo Em recente reunião com tucanos no Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin reclamou do silêncio do PSDB durante as manifestações contra a reorganização escolar que era proposta pelo seu governo.
Bom entendedor João Doria, pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, recebeu o apoio de José Herinque Reis Lobo, fiel escudeiro do senador José Serra.

TIROTEIO
O voto no processo de impeachment vai ser o meu momento de também mandar uma cartinha para a presidente Dilma.
DO DEPUTADO BRUNO COVAS (PSDB-SP), sobre o PSDB ter fechado apoio à deposição da presidente e a carta do vice Michel Temer a Dilma.

CONTRAPONTO
Direto e reto
Vice-líder do governo, Silvio Costa (PSC-PE) passou a quarta-feira provocando e cobrando de deputados da base a posição sobre a votação da véspera, que escolheu a comissão do impeachment –chapa um, governista, ou chapa dois, de oposição.
Na hora do almoço, esbarrou com Guilherme Mussi (PP-SP) e cutucou, já sabendo a resposta:
–Deputado, me diga uma coisa. Votou como ontem? Chapa um ou chapa dois?
–Chapa dois –cravou Mussi.
–Mas o PP é da base! –retrucou Costa.
–F…-se! –encerrou Mussi.
http://painel.blogfolha.uol.com.br/2015/12/13/governo-prepara-saida-a-esquerda-caso-dilma-sobreviva-ao-impeachment/

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