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sexta-feira, 19 de abril de 2013
Polícia acredita que Abdelmassih esteja no exterior Foragido há quatro meses, médico pode ter ido para o Líbano com passaporte falso, via Paraguai e Uruguai Se suspeitas estiverem corretas, prisão fica difícil -Brasil não tem tratado de extradição em vigor com o Líbano
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
Passados quase quatro meses de sua fuga, a polícia de São Paulo ainda não conseguiu capturar o médico Roger Abdelmassih, 67. Das poucas pistas obtidas até agora, a principal delas já o coloca fora do Brasil.
Abdelmassih usou a fronteira com o Paraguai, foi para o Uruguai (onde teria conseguido um passaporte falso) e embarcou para o Líbano, disseram à Folha policiais que participam das buscas. O médico tem origens libanesas.
Se as suspeitas dos policiais estiverem corretas, uma eventual prisão de Abdelmassih fica muito mais complicada. Isso porque o Líbano não tem tratado de extradição com o Brasil.
Mesmo que venha a ser preso pela Interpol, o Líbano pode negar a entrega do foragido brasileiro.
Um tratado chegou a ser assinado em 2002, segundo o Itamaraty, mas apenas o lado brasileiro ratificou o acordo. Para ter valor, como um contrato, os dois lados precisariam feito essa ratificação.
Até então, a polícia suspeitava que ele estivesse no interior de São Paulo. Segundo a Folha apurou, uma propriedade em Avaré chegou a ser vasculhada. Na semana passada, uma clínica da capital também foi alvo de uma incursão da polícia.
Em 2010, Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão por ter estuprado ou violentado 37 mulheres entre 1995 e 2008. As vítimas eram pacientes e funcionária de sua clínica de reprodução.
O médico, que teve seu registro profissional cassado, sempre negou os crimes.
As primeiras suspeitas contra o médico foram reveladas pelaFolha em 2009.
Depois da reportagem, uma série de vítimas procuraram a Promotoria para denunciar abusos. Naquele mesmo ano, ele foi ficou preso entre agosto e dezembro.
No final do ano passado, a juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, determinou a prisão de Abdelmassih quando a Polícia Federal informou que o médico tentava renovar seu passaporte.
O advogado José Luís de Oliveira Lima, um dos defensores do médico, nega que ele quisesse fugir. Tentava apenas renovar o documento, o que é permitido por lei.
O defensor não quis comentar sobre a fuga.
Lima diz que espera a condenação chegar à segunda instância para apresentar defesa e tentar inocentar o cliente . "De toda as acusações", afirma.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1704201119.htm
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