DAS ESCOLINHAS DE FUTEBOL À POLÍTICA SEM ESCOLA – O DESTINO ESTÁ EM NOSSAS MÃOS
Por: SÉRGIO PRATA.’.
Dizem que não existe nada melhor do que o tempo. Que o tempo resolve tudo, que o tempo cura tudo, e outras bobagens “zens”. Pois bem, antigamente diziam: “pobre só sobe na vida quando o barraco explode!” E qual o quadro desenhado para os nossos pobres de hoje e para os pobres de amanhã? De amanhã sim! Pobreza sempre existiu e sempre existirá.
As referências de ascensão social mudaram drástica e dramaticamente. Dificilmente encontramos hoje uma menina dizendo que quer ser Professora e um menino querendo ser um profissional na área técnica. Nenhum sequer quer servir à pátria, mas a grande maioria quer ser “polícia” (Policial Militar). Porque será?
Antes, as referências eram os “doutores” (Médicos, Engenheiros, Advogados e etc), hoje são os traficantes e os grandes nomes da bandidagem, endeusados pela mídia. Outro dia mesmo, numa briga entre meninos, um virou para o outro e disse com orgulho: ___ Sou amigo do “Zoião”! (Zoião é o traficante) Antigamente os meninos se orgulhavam de serem “amigos” dos “doutores”.
Observo com muita preocupação a ascensão social de alguns expoentes, que servem de referência para a grande maioria dos jovens, que simplesmente acreditam ser aquele o caminho a ser percorrido para por fim ao sofrimento da absoluta falta de recursos, muitas vezes incentivados pelos seus “responsáveis”, que na contramão da história, deveriam incentivar os estudos, mas não o fazem.
Quando não embarcam na verdadeira canoa furada que é o tráfico, encontramos hordas de “moleques” nos campos de futebol; de púberes inventando as repetitivas letras de funk, quando não apologéticos ao crime, são imorais ou sem sentido; de jovens adolescentes “pagodeando” e mais recentemente, um novo fenômeno, de jovens maduros na política.
Apenas chamei de “jovens maduros” como referência etária. Nada cientifica ou tecnicamente comprovado que tenham amadurecido como formação da pessoa, uma vez que na grande maioria das vezes não tem formação escolar e não tem conhecimentos de causa que os qualifiquem para pleitear cargos de tamanha importância na sociedade.
As meninas, com as mesmas referências éticas dos meninos, e pior, praticando a equivocada frase feita de que quem gosta de homem é gay e que mulher gosta é de dinheiro, embarcam no mesmo sonho (ou seria pesadelo?). As “marias batalhões” ficaram para a classe média. Sobrou para a classe inferior as seguintes referências femininas: marias do pó, marias chuteiras, popozudas, marias dos tantans, e agora as pretensas marias gabinetes.
Jogaram no lixo da história toda a luta da esquerda brasileira nos “anos de chumbo”, em busca de uma sociedade mais justa, melhor e mais equilibrada, e agora querem nos fazer engolir o acre de uma sociedade que não foi trabalhada com dignidade, mas, como cidadãos de terceira classe, e ficamos com poucas opções de renovação, na verdadeira essência da palavra (re-novar), que não quer dizer a mesma coisa que “recauchutar”.
De nada adianta construir escolas ou alterar programa educacional se não trabalharem as famílias em função da formação da sociedade como objeto de mudança e com objetivos de melhorias nos padrões sociais. Ser pobre nunca foi vergonha para ninguém. Vergonha é ascender financeiramente sem estar preparado socialmente, quando será alvo de deboches, críticas e referências pejorativas para suas origens.
Estamos diante de um momento de grande reflexão: ou a sociedade politizada muda a história, ou a história (triste) vai mudar toda a sociedade!!!
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