Lama de barragem da Samarco chega ao litoral de Trancoso e de Abrolhos
Além de ambiental, a chegada da lama à Bahia deve causar impactos econômicos significativos por se tratar de uma das principais regiões turísticas do Brasil
Mapa do ICMBio com proposta de expansão da proteção ambiental no litoral do Espírito Santo/Bahia; lama da Samarco/BHP/Vale chegou ao mar na região de Linhares
Ibama investiga se é a lama da Samarco que atinge Abrolhos
Uma das mais importantes áreas do litoral brasileiro, do ponto de vista científico e turístico, o santuário de Abrolhos tem a maior biodiversidade de corais do Atlântico.
Mancha no oceano que chegou à região sul da Bahia e já atingiu o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, local com maior biodiversidade de corais do Atlântico, está sendo monitorada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com a suspeita de que a lama da barragem de Mariana tenha atingido o município de Caravelas.
Marilene Ramos, presidente do Ibama e conselheira do Clube de Engenharia , e Claudio Maretti, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em entrevista coletiva, informaram que a mancha, segundo especialistas, pode ser a lama de rejeitos de mineração da Samarco, concentrada na foz do Rio Doce.
A mancha vinha se espraiando no último mês para o sul do litoral do Espírito Santo, mas, nos últimos dois dias, devido às fortes chuvas na área, passou a se espalhar também na direção norte.
Onde estão os ambientalistas?
O Ibama já notificou a Samarco para realizar coletas e avaliar se a mancha vem do Rio Doce.
A coleta das primeiras amostras foi feita nesta quinta-feira, 7 de janeiro, com a previsão dos resultados saírem em dez dias.
O impacto ambiental causado pela mancha na biodiversidade da região será avaliado com muito cuidado e pode levar tempo para ser totalmente conhecido.
“O dano imediato é a redução da produtividade da vegetação marinha, fitoplanctons e corais, o que causa prejuízo para a vida marinha. É como se eu cobrisse a Mata Atlântica ou a Amazônia com uma fumaça que dificultasse a realização de fotossíntese”, explicou Maretti.
Os impactos serão sentidos a longo prazo e especialistas não descartam a possibilidade de extinção de corais.
O que chama atenção neste cenário de descaso e impunidade que marca a tragédia de Mariana é o silêncio de organizações ambientais estrangeiras, que não se manifestam acerca desse quadro de destruição.
Por que se calam? De repente, desapareceu a agilidade que demonstram nas ações jurídicas e manifestações nacionais e internacionais contra empreendimentos associados ao uso de tecnologia de ponta, infraestrutura ou logística, tão necessários ao desenvolvimento soberano do país.
Tão pródigas em manifestações contra a indústria nuclear, a construção de hidrelétricas com reservatórios e eclusas, eixos rodoferroviários e fluviais sumiram da mídia; quando muito a noticiam em seus sites. Por que o silêncio e o imobilismo? Não há nada a dizer sobre a maior tragédia ambiental do País?
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postado em 07/01/2016 20:02 / atualizado em 07/01/2016 21:33
A lama que se rompeu da barragem da Samarco em Mariana chegou ao litoral a Bahia, na região de Porto Seguro e Trancoso e do Parque Nacional de Abrolhos. O anunciou da extensão dessa catástrofe ambiental foi feito no início da noite desta quinta-feira (7/1) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama).
A empresa foi notificada a iniciar até amanhã uma análise da água para confirmar se os sedimentos registrados por meio de um sobrevoo na região são mesmo de origem da mineradora - além de se certificar da composição química e tóxica do material. O resultado deve sair em menos de 10 dias - nos casos de análise mais complexa - e imediatamente na averiguação mais simples do material coletado do mar.
As chuvas e a força dos ventos nos últimos dias acabaram mudando o sentido da expansão da lama que chegou ao mar do Espírito Santo depois de contaminar o Rio Doce desde a sua bacia, em Minas Gerais. Além de ambiental, a chegada da lama à Bahia deve causar impactos econômicos significativos por se tratar de uma das principais regiões turísticas do Brasil.
Até agora são 392 quilômetros quadrados de sedimentos de maior concentração da lama - junto à foz do Rio Doce - e 6.197 quilômetros quadrados de lama diluída, em menor concentração de resíduos.
O impacto ambiental da flora e da fauna no Parque Nacional de Abrolhos tem sido acompanhado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A reserva é responsável por concentrar a maior biodiversidade de corais de todo o Oceano Atlântico.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/outros/ultimas-noticias/63,37,63,12/2016/01/07/internas_polbraeco,513201/lama-de-barragem-da-samarco-chega-a-praias-de-trancoso-e-de-abrolhos.shtml
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