O incrível mundo político do Rio de Janeiro
SAB, 26/12/2015 - 12:01
ATUALIZADO EM 26/12/2015 - 12:34
O Rio de Janeiro é um enigma. Capital federal por muito tempo, cidade mais internacionalizada do país desde sempre, a política interna do Rio sempre foi de uma pobreza extrema.
As grandes vocações públicas rumaram para a área federal. Durante muito tempo o Rio se considerava uma espécie de farol do país rumo à modernização. Abrigou a mais brilhante geração de homens públicos brasileiros que, a partir dos anos 50, ajudou a desenhar o país. O fato de se tornar sede da Petrobras e do BNDES, da Universidade do Brasil (futura Universidade Federal do Rio de Janeiro), a convivência com empresários e investidores internacionais que por aqui aportaram durante a guerra, tudo isso contribuiu para a glória do Rio.
Mas no plano interno repetia o cenário da Proclamação da República, quando já possuía uma câmara de vereadores dominada pelo jogo do bicho.
Alguns dias no Rio é suficiente para perceber os três temas preferenciais dos cariocas: futebol, escolas de samba e política. Qualquer cariosa tem opiniões definitivas sobre os três temas.
Qual a razão, então, do baixíssimo nível da política carioca?
Durante muito tempo a política carioca foi dominada por Chagas Freitas, em cima do jornal O Dia. Aliás Chagas Freitas era um “laranja” do governador paulista Ademar de Barros quando, com seus bônus rotativo, montou a maior máquina de corrupção da história política do país. Espalhou seus bens por dezenas de laranjas. Quando Ademar caiu em desgraça, Chagas não devolveu O Dia. Jornal sangrento, versão carioca do Notícias Populares, mesmo assim ajudou a criar uma geração de políticos, como Miro Teixeira.
Ao longo das décadas, o Rio logrou eleger apenas dois políticos de expressão nacional, Carlos Lacerda e Leonel Brizola. O restante ou se dividia entre a mediocridade mais obtusa ao exibicionismo mais desmoralizante.
No centro dessa crise estão os grupos de influência na política carioca, a começar da imprensa.
No seu auge, o Jornal do Brasil importava-se apenas com temas nacionais. Ao contrário do que se imaginava, Roberto Marinho, da Globo, não tinha cabeça internacionalizada. Fez ótimas escolhas, quando se associou ao grupo Time-Life e quando profissionalizou a TV. E sempre se cercou da maior escola de lobistas que o país já conheceu, aquela que se formou no Rio a partir dos anos 50 e manteve sua influência na máquina pública pelo menos até a década de 90.
A escola de lobby carioca se formava em torno de novas formas de negócio e do aparelhamento continuado da máquina pública, da Petrobras ao Itamarati. Os lobistas dispunham de visão ampla e conviviam com alguns dos fundadores do Brasil moderno, como Roberto Campos, Raphael de Almeida Magalhães, Eliezer Batista, Dias Leite.
Marinho conviveu com esse grupo, aprendeu a se valer de sua influência, mas seu horizonte cultural e político era restrito. Importava-se com o jornal, com a pesca submarina e com os investimentos imobiliários. Por aí se definia a blindagem ou a guerra implacável ao prefeito ou governador de plantão. Quem atendia a seus interesses imobiliários era poupado.
O segundo grupo de influência eram os bicheiros patronos de escolas de samba. O terceiro, os cartolas de clubes de futebol reunidos em torno da CBF, em estreita parceria com a Globo. O quarto, que surgiu mais recentemente, o dos pastores evangélicos.
A esse ambiente diversificado e rarefeito soma-se certa permissividade de uma cidade de praia lindíssima, mas que jamais perdeu o clima da corte, da celebração do prazer seja dos playboys desocupados que se reúnem no Leblon, seja de governadores e empreiteiros se expondo em restaurantes de Paris.
Esse clima foi favorecido pela própria formação dos grupos empresariais cariocas, a maior parte dos quais se fez com importação e representação de grupos estrangeiros, ou com estratégias no mercado financeiro e de lobby.
É lá que Aécio Neves convive com Ricardo Teixeira, que o filho do usineiro vai aproveitar o ócio, que Paulo Roberto Costa torna-se corretor imobiliários dos Marinho. E lá que o PT foi amarrar o seu burro.
O atual sistema político do Rio é uma coisa só, com Sérgio Cabral, Pezão, Eduardo Paes, Francisco Dornelles e Eduardo Cunha. E a oposição, com o filho de César Maia e Garotinho, é de chorar.
Ao longo de diversos governos federais e estaduais, a banda carioca do PMDB logrou criar uma metodologia imbatível de apropriação da coisa pública. E, em quase todos os momentos, estava a presença ostensiva de Eduardo Cunha.
Quando Ministro da Previdência, por exemplo, Dornelles levou como assessor Eduardo Cunha. Em alguns dos inquéritos contra Cunha, ele próprio logrou cooptar o Procurador Geral do Estado e agentes da Polícia Federal.
A crise do sistema de saúde do Rio de Janeiro não é mais do que consequência desse modelo, a pior síntese de um sistema político que apodreceu.
Quando se vê e estabilidade da República entre o oportunismo de Michel Temer, a falta de limites de Eduardo Cunha e a frente política do PMDB carioca, constata-se que definitivamente o modelo acabou.
http://jornalggn.com.br/noticia/o-incrivel-mundo-politico-do-rio-de-janeiro
REPRODUÇÃO TV
Wanderlei SIlva compareceu na noite desta terça-feira ao Comitê Atlético de Nevada, nos Estados Unidos, para justificar a 'fuga' de um exame antidoping que seria feito pela entidade, o qual vetou sua participação no UFC 175. O 'Cachorro Louco', em depoimento, admitiu o uso de diuréticos - assim, escapou do procedimento para não ser flagrado.
De acordo com o advogado do lutador brasileiro, Wanderlei utilizou-se de diuréticos por conta de uma fratura no pulso direito, a qual sofreu durante as gravações do reality-show 'The Ultimate Fighter'. Assim, ciente da chance de ser flagrado no exame, o lutador preferiu escapar do procedimento.
"Wanderlei estava usando diuréticos com o único propósito de minimizar a inflamação. Ele precisava diminuir a retenção de água no local", disse o Ross Goodman.
"Só agora ele percebeu que deveria ter feito o teste, já que ficou surpreso. Pela primeira vez, o Wanderlei passou por um exame surpresa, nunca alguém aparecera na academia dele. Ele esteve aqui para se desculpar e preocupado em ser flagrado pelos diuréticos", complementou Goodman.
A visita de Wanderlei Silva à Comissão Atlética de Nevada, no entanto, não resultou em um veredicto para o lutador. A entidade decidirá em um próximo encontro a possível punição ao lutador brasileiro. Chael Sonnen, flagrado no exame-surpresa, também era esperado para esta terça, mas
não apareceu.
não apareceu.
MENSAGEM DE NATAL
De um débil mental que, ainda por cima, se dopava para se atracar com outros da mesma laia.
Eu estou do lado de Chico Buarque e Tico Santa Cruz.
E você?
De um débil mental que, ainda por cima, se dopava para se atracar com outros da mesma laia.
Eu estou do lado de Chico Buarque e Tico Santa Cruz.
E você?
Tico Santa Cruz
políticas no futuro, me parece que não seja bem esse o Brasil que nós brasileiros queremos!
Lembre-se que Ficha Suja não pode disputar eleições se resolver debandar pelo caminho da disseminação de discurso de ódio e violência!
Experimente usar mais o cérebro e menos a força bruta!
Feliz Natal!
Lembre-se que Ficha Suja não pode disputar eleições se resolver debandar pelo caminho da disseminação de discurso de ódio e violência!
Experimente usar mais o cérebro e menos a força bruta!
Feliz Natal!
“Que se f* de quem é a obra”, diz Wanderlei Silva após cometer gafe em vídeo
Wanderlei Silva se manifesta sobre gafe em que atribui obra inacabada do governo do estado de Goiás à presidente Dilma Rousseff. Filiado ao PSDB desde 2013, ex-lutador diz que colocará “dedo na cara” dos maus gestores
O ex-lutador curitibano de MMA Wanderlei Silva voltou a se manifestar, em vídeo recentemente publicado nas redes sociais, sobre comentários que ele havia feito em outra gravação devido a uma obra de R$ 112 milhões paralisada na cidade de Anápolis (GO).
Ele havia cometido uma gafe ao criticar a presidente Dilma Rousseff (PT) e responsabilizá-la pela construção inacabada do Centro de Convenções da cidade, uma iniciativa do governo de Goiás, sob o comando do governador Marconi Perillo (PSDB).
No último filmete, Wanderlei chama a população a denunciar malfeitos e disse que colocará “dedo na cara” dos maus gestores.
O campeão de MMA se irritou ao dizer que as críticas feitas ao equívoco dele são “besteiras” e que a principal preocupação não deveria ser em torno da responsabilização de uma obra. “Os caras ficam empurrando um pro outro, discutindo sobre coisas pequenas e quem acaba se ferrando?”, indagou.
Vídeo:
Filiado ao PSDB desde 2013, o ex-lutador afirmou no vídeo que não defende partido algum e que pretende fiscalizar as obras inacabadas em todo o país. “O meu partido é o Brasil, eu luto pelo Brasil”, destacou.
Em janeiro de 2014, Wanderlei declarou intenção de ser candidato a deputado federal nas eleições passadas, o que não se concretizou.
Reação
O segundo vídeo foi uma resposta aos diversos comentários que o ex-lutador recebeu pela crítica centralizada à presidente Dilma. O vocalista da banda Detonautas, Tico Santa Cruz, divulgou, após o primeiro vídeo de Wanderlei, uma gravação em que fazia conselhos e dava dicas ao tucano curitibano (relembre aqui).
“Essa obra que você viu e está inacabada – e te revoltou – é do governo estadual de Goiás. É uma obra do Perillo, que é o governador do estado. A gente tem que ter um pouco mais de cuidado na hora de canalizar nossa indignação, para que a gente possa cobrar as pessoas certas”, argumentou Tico.
“Independentemente do partido, é importante que a gente tome cuidado na hora de canalizar nossa indignação para que tudo não se torne apenas culpa de uma pessoa só. Então, sugiro a você que reveja esse vídeo e refaça, cobrando devidamente a pessoa que deve ser cobrada”, recomendou o músico.
Tiago Seidl, Congresso em Foco
Conheça dez histórias de corrupção durante a ditadura militar
- memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/ArquivoMilitares em frente ao Ministério do Exército, no Rio, em 2 de abril de 1964
- Nacional
Os protestos de 15 de março, direcionados principalmente contra o governo federal e a presidente Dilma Rousseff, indicaram a insatisfação de parte da população com os casos de corrupção envolvendo partidos políticos, empresas públicas e empresas privadas. Algumas pessoas, inclusive, chegaram a pedir uma intervenção militar, alegando que essa seria a solução para o fim da corrupção.
Mas será que nesse período a corrupção realmente não fazia parte da esfera política? Apesar da blindagem proporcionada pelas restrições ao Legislativo, Judiciário e imprensa, ainda assim a ditadura não passou imune a diversas denúncias de corrupção.
O UOL listou dez delas, tendo como fonte a série de quatro livros de Elio Gaspari sobre o período ("A Ditadura Envergonhada", "A Ditadura Escancarada", "A Ditadura Derrotada" e "A Ditadura Encurralada") e reportagens da época. O primeiro item que envolve Delfim Netto contém uma resposta do ex-ministro sobre os casos. Veja:
1 - Contrabando na Polícia do Exército
A partir de 1970, dentro da 1ª Companhia do 2º Batalhão da Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, sargentos, capitães e cabos começaram a se relacionar com o contrabando carioca. O capitão Aílton Guimarães Jorge, que já havia recebido a honra da Medalha do Pacificador pelo combate à guerrilha, era um dos integrantes da quadrilha que comercializava ilegalmente caixas de uísques, perfumes e roupas de luxo, inclusive roubando a carga de outros contrabandistas. Os militares escoltavam e intermediavam negócios dos contraventores. Foram presos pelo SNI (Serviço Nacional de Informações) e torturados, mas acabaram inocentados porque os depoimentos foram colhidos com uso de violência – direito de que os civis não dispunham em seus processos na época. O capitão Guimarães, posteriormente, deixaria o Exército para virar um dos principais nomes do jogo do bicho no Rio, ganhando fama também no meio do samba carioca. Foi patrono da Vila Isabel e presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba).
2 - A vida dupla do delegado Fleury
Um dos nomes mais conhecidos da repressão, atuando na captura, na tortura e no assassinato de presos políticos, o delegado paulista Sérgio Fernandes Paranhos Fleury foi acusado pelo Ministério Público de associação ao tráfico de drogas e extermínios. Apontado como líder do Esquadrão da Morte, um grupo paramilitar que cometia execuções, Fleury também era ligado a criminosos comuns, segundo o MP, fornecendo serviço de proteção ao traficante José Iglesias, o "Juca", na guerra de quadrilhas paulistanas. No fim de 1968, ele teria metralhado o traficante rival Domiciano Antunes Filho, o "Luciano", com outro comparsa, e capturado, na companhia de outros policiais associados ao crime, uma caderneta que detalhava as propinas pagas a detetives, comissários e delegados pelos traficantes. O caso chegou a ser divulgado à imprensa por um alcaguete, Odilon Marcheronide Queiróz ("Carioca"), que acabou preso por Fleury e, posteriormente, desmentiu a história a jornais de São Paulo. Carioca seria morto pelo investigador Adhemar Augusto de Oliveira, segundo o próprio revelaria a um jornalista, tempos depois.
Os atos do delegado na repressão, no entanto, lhe renderam uma Medalha do Pacificador e muita blindagem dentro do Exército, que deixou de investigar as denúncias. Promotores do MP foram alertados para interromper as investigações contra Fleury. De acordo com o relato publicado em "A Ditadura Escancarada", o procurador-geral da Justiça, Oscar Xavier de Freitas, avisou dois promotores em 1973: "Eu não recebo solicitações, apenas ordens. (…) Esqueçam tudo, não se metam em mais nada. Existem olheiros em toda parte, nos fiscalizando. Nossos telefones estão censurados".
No fim daquele ano de 1973, o delegado chegou a ter a prisão preventiva decretada pelo assassinato de um traficante, mas o Código Penal foi reescrito para que réus primários com "bons antecedentes" tivessem direito à liberdade durante a tramitação dos recursos. Em uma conversa com Heitor Ferreira, secretário do presidente Ernesto Geisel (1974-1979), o general Golbery do Couto e Silva – então ministro do Gabinete Civil e um dos principais articuladores da ditadura militar – classificou assim o delegado Fleury, quando pensava em afastá-lo: "Esse é um bandido. Agora, prestou serviços e sabe muita coisa". Fleury morreu em 1979, quando ainda estava sob investigação da Justiça.
3 - Governadores biônicos e sob suspeita
Em 1970, uma avaliação feita pelo SNI ajudou a determinar quais seriam os governadores do Estado indicados pelo presidente Médici (1969-1974). No Paraná, Haroldo Leon Peres foi escolhido após ser elogiado pela postura favorável ao regime; um ano depois, foi pego extorquindo um empreiteiro em US$ 1 milhão e obrigado a renunciar. Segundo o general João Baptista Figueiredo, chefe do SNI no governo Geisel, os agentes teriam descoberto que Peres "era ladrão em Maringá" se o tivessem investigado adequadamente. Na Bahia, Antônio Carlos Magalhães, em seu primeiro mandato no Estado, foi acusado em 1972 de beneficiar a Magnesita, da qual seria acionista, abatendo em 50% as dívidas da empresa.
4 - O caso Lutfalla
Outro governador envolvido em denúncias foi o paulista Paulo Maluf. Dois anos antes de assumir o Estado, em 1979, ele foi acusado de corrupção no caso conhecido como Lutfalla – empresa têxtil de sua mulher, Sylvia, que recebeu empréstimos do BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento) quando estava em processo de falência. As denúncias envolviam também o ministro do Planejamento Reis Velloso, que negou as irregularidades, e terminou sem punições.
5 - As mordomias do regime
Em 1976, as Redações de jornal já tinham maior liberdade, apesar de ainda estarem sob censura. O jornalista Ricardo Kotscho publicou no "Estado de São Paulo" reportagens expondo as mordomias de que ministros e servidores, financiados por dinheiro público, dispunham em Brasília. Uma piscina térmica banhava a casa do ministro de Minas e Energia, enquanto o ministro do Trabalho contava com 28 empregados. Na casa do governador de Brasília, frascos de laquê e alimentos eram comprados em quantidades desmedidas – 6.800 pãezinhos teriam sido adquiridos num mesmo dia. Filmes proibidos pela censura, como o erótico "Emmanuelle", eram permitidos na casa dos servidores que os requisitavam. Na época, os ministros não viajavam em voos de carreira, e sim em jatos da Força Aérea.
Antes disso, no governo Médici já se observavam outras regalias: o ministro do Exército, cuja pasta ficava em Brasília, tinha uma casa de veraneio na serra fluminense, com direito a mordomo. Os generais de exército (quatro estrelas) possuíam dois carros, três empregados e casa decorada; os generais de brigada (duas estrelas) que iam para Brasília contavam com US$ 27 mil para comprar mobília. Cabos e sargentos prestavam serviços domésticos às autoridades, e o Planalto também pagou transporte e hospedagem a aspirantes para um churrasco na capital federal.
6 - Delfim e a Camargo Corrêa
Delfim Netto – ministro da Fazenda durante os governos Costa e Silva (1967-1969) e Médici, embaixador brasileiro na França no governo Geisel e ministro da Agricultura (depois Planejamento) no governo Figueiredo – sofreu algumas acusações de corrupção. Na primeira delas, em 1974, foi acusado pelo próprio Figueiredo (ainda chefe do SNI), em conversas reservadas com Geisel e Heitor Ferreira. Delfim teria beneficiado a empreiteira Camargo Corrêa a ganhar a concorrência da construção da hidrelétrica de Água Vermelha (MG). Anos depois, como embaixador, foi acusado pelo francês Jacques de la Broissia de ter prejudicado seu banco, o Crédit Commercial de France, que teria se recusado a fornecer US$ 60 milhões para a construção da usina hidrelétrica de Tucuruí, obra também executada pela Camargo Corrêa. Em citação reproduzida pela "Folha de S.Paulo" em 2006, Delfim falou sobre as denúncias, que foram publicadas nos livros de Elio Gaspari: "Ele [Gaspari] retrata o conjunto de intrigas armado dentro do staff de Geisel pelo temor que o general tinha de que eu fosse eleito governador de São Paulo", afirmou o ex-ministro.
Outro lado: Em relação às denúncias que envolvem seu nome nesse texto, o ex-ministro Delfim Netto respondeu ao UOL: "Trata-se de velhas intrigas que sempre foram esclarecidas. Nunca tive participação nos eventos relatados".
7 - As comissões da General Electric
Durante um processo no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em 1976, o presidente da General Electric no Brasil, Gerald Thomas Smilley, admitiu que a empresa pagou comissão a alguns funcionários no país para vender locomotivas à estatal Rede Ferroviária Federal, segundo noticiou a "Folha de S.Paulo" na época. Em 1969, a Junta Militar que sucedeu Costa e Silva e precedeu Médici havia aprovado um decreto-lei que destinava "fundos especiais" para a compra de 180 locomotivas da GE. Na época, um dos diretores da empresa no Brasil na época era Alcio Costa e Silva, irmão do ex-presidente, morto naquele mesmo ano de 1969. Na investigação de 1976, o Cade apurava a formação de um cartel de multinacionais no Brasil e o pagamento de subornos e comissões a autoridades para a obtenção de contratos.
8 - Newton Cruz, caso Capemi e o dossiê Baumgarten
O jornalista Alexandre von Baumgarten, colaborador do SNI, foi assassinado em 1982, pouco depois de publicar um dossiê acusando o general Newton Cruz de planejar sua morte – segundo o ex-delegado do Dops Cláudio Guerra, em declaração de 2012, a ordem partiu do próprio SNI. A morte do jornalista teria ligação com seu conhecimento sobre as denúncias envolvendo Cruz e outros agentes do Serviço no escândalo da Agropecuária Capemi, empresa dirigida por militares, contratada para comercializar a madeira da região do futuro lago de Tucuruí. Pelo menos US$ 10 milhões teriam sido desviados para beneficiar agentes do SNI no início da década de 1980. O general foi inocentado pela morte do jornalista.
9 - Caso Coroa-Brastel
Delfim Netto sofreria uma terceira acusação direta de corrupção, dessa vez como ministro do Planejamento, ao lado de Ernane Galvêas, ministro da Fazenda, durante o governo Figueiredo. Segundo a acusação apresentada em 1985 pelo procurador-geral da República José Paulo Sepúlveda Pertence, os dois teriam desviado irregularmente recursos públicos por meio de um empréstimo da Caixa Econômica Federal ao empresário Assis Paim, dono do grupo Coroa-Brastel, em 1981. Galvêas foi absolvido em 1994, e a acusação contra Delfim – que disse na época que a denúncia era de "iniciativa política" – não chegou a ser examinada.
10 - Grupo Delfin
Denúncia feita pela "Folha de S.Paulo" de dezembro de 1982 apontou que o Grupo Delfin, empresa privada de crédito imobiliário, foi beneficiado pelo governo por meio do Banco Nacional da Habitação ao obter Cr$ 70 bilhões para abater parte dos Cr$ 82 bilhões devidos ao banco. Segundo a reportagem, o valor total dos terrenos usados para a quitação era de apenas Cr$ 9 bilhões. Assustados com a notícia, clientes do grupo retiraram seus fundos, o que levou a empresa à falência pouco depois. A denúncia envolveu os nomes dos ministros Mário Andreazza (Interior), Delfim Netto (Planejamento) e Ernane Galvêas (Fazenda), que chegaram a ser acusados judicialmente por causa do acordo.
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