O problema é quando você, paciente, se torna um coadjuvante dessa fotografia e divulgação nas redes sociais. O caso é tão sério que, nesta semana, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publica no Diário de Oficial da União ajustes nas normas sobre o uso público de assuntos médicos. As selfies, postadas nas redes sociais sem o consentimento das pessoas, estão proibidas.
A Resolução CFM nº 2.126/2015 proíbe a divulgação desse tipo de fotografia em situações de trabalho e atendimento. “Trata-se de uma decisão que protege a privacidade e o anonimato inerentes ao ato médico e estimula o profissional a fazer uma permanente reflexão sobre seu papel na assistência aos pacientes”, disse o conselheiro José Fernando Maia Vinagre, corregedor do CFM que contribuiu para a versão do texto aprovado. A medida tem como objetivo principal criar uma regra para evitar o apelo ao sensacionalismo ou à autopromoção.
De acordo com o CFM, o uso das redes sociais para divulgar endereço e telefone da clínica, consultório ou serviço continuam proibidos. O conselheiro Emmanuel Fortes Cavalcante, 3º-vice-presidente do CFM e responsável pelas propostas que normatizam a divulgação e a publicidade de assuntos médicos, afirma que o médico deve valorizar uma conduta ética de suas atividades, além de prevenir eventuais processos.
As normas também vedam os médicos de participar de anúncios publicitários e divulgar na internet ou redes sociais procedimentos ou técnicas que não são considerados válidos pelo CFM.
“Entendemos que as mudanças são importantes, pois oferecem parâmetro seguro aos médicos sobre a postura ética e legal adequada em sua relação com os pacientes e com a sociedade”, afirmou Emmanuel Fortes. “É um tema dinâmico, que exige acompanhamento contínuo."
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